Perguntas Frequentes
Outra complicação frequente é a visão de halos ou glare (ofuscamento) que geralmente é mais comum à noite (quando a pupila dilata naturalmente). Este sintoma pode sumir ou diminuir naturalmente com a neuro-adaptação do cérebro após alguns meses do implante.
É a retirada do excesso de pele e bolsas de gordura das pálpebras superiores e inferiores.
Sim. Se houver indicação da cirurgia nas pálpebras superiores e inferiores, a cirurgia é realizada no mesmo momento, na maioria dos casos.
Após a cirurgia o paciente sai enxergando, e não precisa ter seus olhos ocluídos. Em geral a visão está normal ou levemente embaçada devido ao inchaço (que é normal após o procedimento) ou à presença de pomada nos olhos. Esse embaçamento, na maioria das vezes, é passageiro.
A dermatocálaze é o excesso de pele nas pálpebras superiores. O acometimento depende do grau de flacidez e da idade do paciente. Em estágios avançados pode cobrir os cílios e comprometer o campo de visão. Esta desordem faz parte do processo de envelhecimento. A dermatocálaze se corrige com a blefaroplastia.
Diferentemente, a ptose consiste na queda da pálpebra, ou seja, a abertura palpebral é menor, independente da idade do paciente. A causa geralmente está no músculo que eleva a pálpebra. A ptose pode ser congênita, ou seja, desde o nascimento, ou pode ser adquirida ao longo da vida. Esta alteração palpebral pode ser corrigida através de cirurgia do músculo envolvido.
Em geral o retorno ao trabalho se dá após 7 a 10 dias da cirurgia no caso da blefaroplastia das pálpebras superiores. Quando a cirurgia envolve as pálpebras superiores e inferiores simultaneamente, o paciente pode necessitar de um tempo maior de afastamento (que em geral não passa de 15 a 20 dias).
O paciente submetido a blefaroplastia pode sentir desconforto, leve prurido na área dos pontos e sensação de areia nos olhos. Geralmente não há dor no pós-operatório. O inchaço e o hematoma são controlados com compressas ou máscaras de gel geladas, aplicadas temporariamente sobre as pálpebras. A sensação de areia e olho seco é controlada com lubrificantes e também é temporária.
Uma córnea com ceratocone é mais curva que o normal, alterando a qualidade da imagem.
- Em casos iniciais, pode não sentir nenhuma alteração visual, inclusive nem usar óculos.
- Em casos moderados, pode perceber aumento do grau a cada consulta, especialmente o astigmatismo.
- Em casos avançados, pode não conseguir mais melhorar sua visão nem com óculos, nem com lentes de contato.
- Aquelas com familiares com a doença
- As que têm astigmatismo alto (acima de 1,50 já seria indicado investigar)
- As pessoas que coçam muito os olhos
- Pacientes portadores de algumas doenças (Síndrome de Marfan, por exemplo)
- Grávidas tem mais chance de alteração da curvatura da córnea
- Óculos e lentes gelatinosas podem funcionar bem em casos leves
- Para casos moderados, lentes de contato rígida ou cirurgia de implante de anel, uma prótese que melhora a curvatura
- Para casos avançados, transplante de córnea (hoje existe uma grande gama de opções de transplantes mais seletivos, com menos chance de rejeição)
- Pacientes mais jovens ou que coçam seus olhos têm maior chance de progressão (piora da doença)
- Um procedimento cirúrgico chamado Crosslinking utiliza um colírio de vitamina e uma fonte luz para fortalecer a córnea que está progredindo
- Este procedimento consegue parar a progressão da doença na grande maioria dos casos
- Não coçar os olhos, pois isto aumenta a chance de piora (o tratamento da alergia é fundamental)
- Fazer exame da córnea regularmente (uma topografia, ao menos uma vez por ano, consegue ver a curvatura da córnea e detectar se a doença está parada ou em progressão)
O glaucoma é uma doença crônica e, portanto, não pode ser curada. No entanto, com o adequado tratamento, seu avanço pode ser contido.
Sim, pode levar à cegueira. É a maior causa de cegueira irreversível do mundo, principalmente quando diagnosticada tardiamente ou quando não há aderência ao tratamento.
O tratamento cirúrgico para o glaucoma existe e pode ser realizado de diversas formas. Habitualmente, as cirurgias são reservadas para os casos em que o tratamento com uso de colírios não está sendo efetivo em conter a piora do campo visual ou quando há muita intolerância com o uso deles. As cirurgias glaucomatosas têm por objetivo estabilizar a doença e evitar a cegueira, e não restaurar a visão.
A cirurgia clássica é a Trabeculectomia (TREC) e consiste em realizar uma fístula comunicante na parte superior do olho fazendo com que o humor aquoso seja drenado para uma bolha conjuntival. Existem ainda as chamadas cirurgias minimante invasivas (MIGS) que são indicadas em casos de glaucoma mais leves. E em casos mais graves, o implante de tubo ou válvula assim como a ciclofotocoagulação podem ser realizados.
O glaucoma classicamente é uma doença assintomática no início (ou seja, o paciente nada sente), principalmente quando estamos diante do mais prevalente que é o glaucoma primário de ângulo aberto. O principal sintoma é a perda do campo visual periférico que muitas vezes passa desapercebido durante anos. Alguns casos de pressões intraoculares muito altas podem apresentar cefaléia ou dor periorbitária, assim como visões de halos coloridos ao olhar para lâmpadas, olho vermelho e embaçamento visual.
Apenas durante a consulta oftalmológica é possível detectar o glaucoma através da tonometria (medida da pressão intraocular) e da fundoscopia (avaliação das alterações do nervo óptico). Uma avaliação apenas da refração (grau), sem que haja exame do fundo de olho e medida da pressão, pode não diagnosticar um caso de glaucoma, o que pode levar à perda irreversível da visão.
Estudos epidemiológicos nos Estados Unidos e Europa detectaram que a média populacional da pressão intraocular é de 10-20 mmHg, no entanto, é preciso saber que é possível desenvolver glaucoma inclusive com pressões dentro dessa faixa. Além disso, existem pessoas com pressões acima de 21 mmHg que não possuem glaucoma (apenas hipertensão ocular). Ter glaucoma significa ter lesão do nervo óptico e não ter pressão alta do olho.
Não há qualquer evidência científica que exercícios possam curar ou tratar o glaucoma. Apenas a redução da pressão intraocular através de colírios hipotensores ou cirurgias é capaz de conter o avanço da doença.
Neurite óptica é uma inflamação do nervo óptico que causa diminuição da visão (acuidade visual e visão de cores) e que pode ser acompanhada de dor à movimentação ocular.
A maioria dos casos de neurite óptica é relacionada à desmielinização (perda da bainha que reveste os nervos), podendo ocorrer de forma isolada ou associada à Esclerose Múltipla ou ao espectro da Neuromielite.
Quando o adenoma de hipófise se caracteriza como um macroadenoma (>10mm), pode haver compressão do quiasma óptico causando perda de campo visual bilateral. Raramente a expansão do tumor ocorre em direção anterior acarretando dano aos nervos ópticos e com isso uma piora da visão mais importante. O acompanhamento com o neuro-oftalmologista é imprescindível para acompanhar a possível lesão das vias ópticas.
A diplopia é quando as imagens aparecem duplicadas. Ela pode ser monocular, quando só ocorre em um determinado olho, ou binocular, quando as imagens aparecem duplicadas com os dois olhos abertos.
A diplopia monocular é causada por alteração do globo ocular, seja por opacidades da córnea, da íris, do cristalino (catarata) ou por doenças retinianas.
A diplopia binocular é causada por um dano às vias responsáveis pela motricidade ocular ou por uma lesão compressiva/restritiva de algum dos olhos. Importante procurar o neuro-oftalmologista para assegurar-se de que o caso não se trata de uma alteração grave como um aneurisma cerebral ou acidente vascular cerebral.
É uma doença que ocorre mais comumente em mulheres jovens que tenham ganhado peso recentemente, e se caracteriza por cefaléia, zumbido, obscurecimento transitório da visão e perda visual. Ocorre por uma dificuldade da drenagem venosa do cérebro, no entanto, sem haver tumorações ou hidrocefalia concomitante.
É importante realizar a fundoscopia com o neuro-oftalmologista, que irá avaliar se há edema de disco óptico (papiledema), avaliar exames de neuroimagem e do líquor cefalorraquidiano (manometria). O acompanhamento com exames de campo visual e tomografia de coerência óptica também são importantes para acompanhar a evolução da doença.
Sim. O principal tratamento está na perda de peso. A redução do peso corporal pode reverter completamente o quadro. Também é importante realizar tratamento para a cefaléia e para a pressão intracraniana propriamente dita, geralmente com uso medicação oral específica.
Ardência, coceira, sensação de areia, fotofobia, cansaço ocular e vermelhidão podem ser sintomas de olho seco.
A síndrome do olho seco ocorre quando há evaporação excessiva das lágrimas e/ou sua produção é insuficiente.
A produção lacrimal pode ser afetada por diversos fatores como uso de determinados medicamentos, algumas doenças sistêmicas e lesão direta às glândulas lacrimais ou à estruturas relacionadas a sua regulação. A evaporação excessiva pode ocorrer isoladamente ou acompanhando a diminuição da produção lacrimal e ocorre normalmente em decorrência de doenças perioculares como a blefarite ou pela exposição excessiva da superfície ocular.
Fatores ambientais como elevada altitude, baixa umidade do ar, calor excessivo, uso prolongado de telas podem acelerar a perda de lágrimas mesmo em olhos normais.
A correta identificação de fatores além dos ambientais, como doenças oculares ou sistêmicas que contribuam para o olho seco, é essencial para determinar o tratamento específico mais adequado para cada caso. Alguns testes que medem a disfunção lacrimal podem ser realizados nno consultório.
Ao aparecimento dos primeiros sintomas, um médico oftalmologista deve ser consultado para o diagnóstico e tratamento adequados.
É a queda da pálpebra superior, ou seja, o paciente não abre totalmente os olhos. Ela pode ser adquirida ou ocorrer desde o nascimento.
Nos casos em que a criança já nasce com ptose, a causa envolve má formação do músculo que eleva a pálpebra. Nos casos adquiridos a causa está geralmente relacionada ao envelhecimento (ptose senil), ao uso crônico de lentes de contato (principalmente as rígidas), a traumas oculares, a problemas neurológicos, entre outros.
A correção geralmente se faz através de cirurgia, abordando o músculo que levanta a pálpebra.
A decisão de quando operar uma criança com ptose depende de vários fatores. Nos casos de ptose grave, em que a pálpebra está cobrindo o eixo da visão é necessário que a cirurgia seja feita o quanto antes, uma vez que ela pode impedir o desenvolvimento da visão daquele olho. Nos casos mais leves, em que a queda da pálpebra não prejudica o desenvolvimento da visão, a cirurgia pode ser adiada por alguns anos. Independentemente, o acompanhamento com o oftalmologista especialista em pálpebras (oculoplástico) deve ser feito desde o diagnóstico.
O transplante penetrante, como todas as camadas da córnea são substituídas, a rejeição pode acometer quaisquer destas camadas.
Os transplantes lamelares anteriores (DALK, FALK) eliminam a chance de rejeição do tipo endotelial pois esta camada não é substituída.
Os transplantes lamelares posteriores (DSEK, DMEK) podem sofrer rejeição endotelial mas numa taxa muito menor que os transplantes penetrantes.
Os transplantes rotacionais autólogos, por utilizarem a mesma córnea do paciente, não estão sujeitos a nenhum tipo de rejeição. (Leia mais sobre os tipos de transplantes)
Em relação à profundidade e às camadas corneanas substituídas, isto depende do tipo de transplante que foi indicado para cada situação. (leia sobre os tipos de transplante de córnea)
Além disso, a alergia ocular deve ser tratada a fim de se evitar maior risco de rejeição ou infecção para o transplante.
Transplante endotelial de córnea é a evolução do transplante de córnea, que pode ser indicado para alguns casos de baixa visual. Geralmente estes casos se resumem a distrofia de Fuchs ou ao edema de córnea após outras cirurgias oftalmológicas, como catarata ou tubo de drenagem para glaucoma – o que chamamos de descompensação endotelial). De forma resumida, o transplante endotelial é um tipo de transplante lamelar, isto é, um procedimento que substitui apenas a camada da córnea que está alterada.
O transplante clássico, chamado de transplante penetrante, em contrapartida aos endoteliais, promove a substituição de todas as camadas da córnea, mesmo as que não estavam alteradas e não precisariam ser trocadas.
Estas siglas correspondem a tipos de transplante endotelial. O DMEK é a modalidade mais avançada em relação ao resultado visual, mas implica em maior complexidade técnica. Nesta modalidade apenas a camada de Descemet com as células endoteliais são transplantadas.
O DSEK se difere por transplantar também uma pequena quantidade de estroma corneano, o que pode comprometer um pouco a qualidade visual em alguns casos, mas torna o procedimento mais reprodutível com maior chance de sucesso. Saiba mais acessando os gráficos no link: http://bertinooftalmologia.com.br/tp-lamelar-posterior.php
Assim, vamos comparar alguns pontos entre as duas técnicas:
- Recuperação visual: mais rápida após transplante endotelial.
- Quantidade de pontos (sutura): 16 pontos na modalidade penetrante e 1 ponto na endotelial.
- Risco de complicações: maior chance de descolamento de retina, de glaucoma e de infecção de sutura após a técnica penetrante.
- Grau após o procedimento: maior imprevisibilidade na modalidade penetrante (possibilidade de alta miopia, alta hipermetropia e alto astigmatismo). Na ténica endotelial o paciente terá como resultado o seu grau de nascimento, geralmente com baixa indução de astigmatismo.
- Resistência a trauma: maior resistência após transplante endotelial. Traumas em casos de transplante penetrante podem resultar em abertura do globo ocular com expulsão de estruturas intraoculares, que ocasionalmente levam à cegueira irreversível.
- Rejeição: em 5 anos, é estimada entre 20-30% após transplante penetrante. Neste mesmo período, é estimada entre 1 a 5% após transplante endotelial.
- Taxa de sucesso: em torno de 95% em transplantes penetrantes. Devido à maior complexidade cirúrgica, o transplante endotelial tem 80 a 90% de taxa de sucesso.
Em resumo, o transplante lamelar posterior, ou endotelial, apresenta melhores resultados visuais, recuperação mais rápida, menor chance de rejeição e de outras complicações. Por isso é atualmente a primeira opção cirúrgica em muitos casos. Mas apenas uma avaliação com o especialista em córnea pode definir qual a melhor conduta.
Saiba mais sobre as principais técnicas de transplante endotelial (DMEK ou DSEK) acessando o link: http://bertinooftalmologia.com.br/tp-lamelar-posterior.php